Face to Face

28/10/2012 15:16

 

A combinação da evolução positiva dos indicadores macroeconômicos brasileiros apresentados nos últimos anos, atrelado ao aumento da intensidade da competição nos segmentos de indústria e serviços, tem produzido uma mudança significativa na criação de novas oportunidades de trabalho, principalmente para aquelas carreiras que antigamente eram tidas como de “pouco interesse” pela sociedade. De forma diferente, profissões e carreiras que demandem habilidades técnicas e profissionalizantes passam a ser valorizadas e se tornam uma excelente alternativa para a construção de uma longa carreira, conciliando estratégias empresariais e competência técnica e profissionalizante. Se fizermos uma comparação poderemos perceber que, entre os anos de 1997 a 2002, o PIB cresceu em média 1,7 % ao ano. Quando comparados aos anos de 2003 a 2008 esse crescimento foi de 4,7 % em média ao ano. O melhor resultado brasileiro, no entanto, foi o de 2010 com crescimento do PIB em 7,5 % em relação ao ano de 2009 e valor de 3,6 bi se configurando como o melhor desempenho desde 1986. De forma semelhante o PIB do Estado de Pernambuco cresceu 9,3 % em 2010 sendo o Estado com melhor desempenho no Nordeste, superando o Ceará e a Bahia e superando ainda o PIB brasileiro em 1,8 %.

Direta ou indiretamente o aumento do PIB no estado de Pernambuco conduz para um aumento significativo das necessidades do mercado consumidor que, com os dois fatores atrelados, crescimento econômico e redistribuição de renda, passam a demandar mais produtos quantitativa e qualitativamente. Dentre os segmentos que mais cresceram no seu poder de compra estão as classes C e D que nos últimos anos passaram a ser objeto de interesse por vários tipos de empresas. A ampliação dessa nova base de mercado passa a dirigir a análise para dois grandes grupos que começam a se olhar frente à frente ou face to face.

Do ponto de vista das empresas estas buscam de forma progressiva atingir este mercado consumidor através da adaptação dos seus produtos e serviços. Um bom exemplo disso são as redes de varejo de supermercado que começam a abrir novas unidades voltadas para esse segmento. De acordo com recente pesquisa realizada pelo Condepe-Fidem o resultado esperado na economia do estado pela implantação das cinco obras estruturadoras (BR Foods, Hemobrás, Estaleiro Atlântico Sul, Petroquímica Suape e Refinaria Abreu e Lima) vai gerar incremento financeiro até o ano de 2014 de R$ 54,6 bilhões na economia do estado. Dessa forma, as empresas passam a projetar seu interesse e a construir seu Planejamento Estratégico voltado para um mercado crescente oriundo das classes C e D onde são valorizados novos consumidores em um mercado não antes tão fortemente explorado. Na esteira desse crescimento profissões como técnico eletricista, técnico em soldagem (soldador), técnico em eletrônica, técnico em montagem, técnico em edificações entre outros passam a encontrar um mercado de trabalho muito mais amplo e com melhores condições de empregabilidade e remuneração. Funções como a de soldador podem chegar a salários superiores a R$ 3.000, ou seja, valores não imaginados para esta função antes do processo de abertura com o crescimento econômico. De forma pragmática ou intuitiva os profissionais da classe C e D passaram a incluir no seu “planejamento de carreira” os cursos técnicos e profissionalizantes seja como forma de iniciar a carreira (um trampolim) seja como forma de se manter por várias décadas.

Por: 

Paulo Magalhaes